quarta-feira, 30 de maio de 2012


A LITURGIA NO TEMPO PRÓPRIO

Nas Igrejas da Comunidade Metropolitana, temos como orientação, o uso da Liturgia cristã em nossos cultos. Como já postei aqui no blog, temos um Manual de Liturgia que tem como objetivo, nos direcionar para bem celebrar.
Hoje quero apontar algumas considerações sobre o chamado TEMPO PRÓPRIO que ocupa a maior parte dos nossos dias durante o ano litúrgico. O TEMPO PRÓPRIO em geral é distribuído em 33 ou 34 semanas durante o ano litúrgico. Vale lembrar que ao se falar ao ano litúrgico, não podemos esquecer que ele não caminha junto com o ano civil, ou seja, ela não começa em janeiro e tão pouco, termina  em dezembro. O Ano Litúrgico começa e termina quatro semanas antes do Natal. Voltando ao TEMPO PRÓPRIO, a cor predominante é o verde e os cantos devem ser a expressão das mensagens proclamadas. Ele ocupa praticamente a metade do ano, com algumas semanas entre o natal e o tempo quaresmal. Sua maior parte vem depois da solenidade de Pentecostes, encerrando-se com a solenidade de Cristo Rei do Universo, marcando então, o fim do ano litúrgico.
Esse período é muito importante para a nossa composição da fé, pois na experiência das primeiras comunidades existia apenas a sucessão dos domingos e semanas ao longo do ano, tendo o domingo como dia maior que congregava os irmãos  e irmãs em torno da Palavra e da Ceia. O domingo era o dia, por excelência, para fazer memória da páscoa do Senhor – páscoa semanal. Quando mais tarde, foram organizados os ciclos da páscoa e do natal, era para celebrar com mais intensidade, num tempo determinado, o que já fazia parte do cotidiano das comunidades. É bom que entre um tempo e outro, entre uma festa e outra, haja um tempo comum, um período de repouso e assimilação. Depois da festa e do extraordinário buscamos a calma como elemento de equilíbrio e de normalidade. 
O TEMPO PRÓPRIO é um convite a cada um de nós à reflexão, pois no dia-a-dia, na correria que nos é própria, Deus nos chama à percebemos Sua presença real na palavra e no partir do pão. Isso acontece todas as vezes que nos reunimos em comunidade e pela comunidade. É nos acontecimento cotidianos, nas vivências e nos cansaços, que Jesus cumpre o que nos prometeu: “estarei com vocês todos os dias”.
No TEMPO PRÓPRIO celebramos, portanto, o mistério de Cristo em sua totalidade: encarnação, vida, morte, ressurreição e ascensão. É o que o distingue dos demais tempos. A tônica recai sobre o evangelho de cada domingo. Aí temos a espiritualidade a ser vivida durante a semana. A vida cotidiana é lida à luz do mistério do Senhor.
Neste longo período do ano litúrgico devemos prestar especial atenção nas leituras proclamadas em nossas comunidades. É a tarefa cotidiana de  perceber a cura e o cuidado so Senhor em nossas vidas. A partir da vida do Senhor, aprendemos dele o que significa e em que implica ser um discípulo e uma discípula. Junto com os discípulos que deixaram tudo para seguir o Mestre, e junto com todo o povo, que coloca nele suas esperanças, acompanhamos Jesus na sua caminhada missionária. Em cada um dos acontecimentos, que ocorrem no caminho, Deus vai revelando o mistério de Jesus e nós vamos sendo convidados a aderir mais  profundamente, mais apaixonadamente à sua  pessoa e à sua causa. Nos acontecimentos cotidianos da vida e da caminhada de Jesus, vamos percebendo o Mistério maior que está presente também em nossa vida, tanto nos acontecimentos extraordinários como também naqueles que nos parecem banais e rotineiros. Em todos eles, é Deus que está presente, é Deus que nos chama, nos fala, nos toca, nos convida ao seguimento de Jesus, nos envia como testemunhas das realidades em que vivemos.
Cada domingo é assim uma visita de Deus para nos renovar, para libertar o seu povo, para nos unir mais a ele e entre nós”.
No início do TEMPO PRÓPRIO, depois do natal e antes da quaresma, lemos o início da missão de Jesus, com o chamado dos discípulos, a proposta do Reino. São domingos marcados por um clima de manifestação do Senhor. Em seguida, vamos acompanhamos cada evangelho, quase que do começo ao fim, pulando aquelas passagens que são lidas nos tempos fortes do ano litúrgico. No final do TEMPO PRÓPRIO, ouvimos as palavras de Jesus sobre o fim do mundo – o discurso escatológico. Temos o domingo da Santíssima Trindade, o Culto em Memória das Vítimas do HIV e outras festas próprias do nosso calendário litúrgico que ainda precisamos fazer valer em nosso cultos.
Enfim, que o TEMPO PRÓPRIO possa ser para cada um de nós, oportunidade de cura e transformação. Que possamos cada vez mais perceber a riqueza de nossa liturgia, para assim melhor celebrar.

sexta-feira, 25 de maio de 2012


Solenidade de Pentecostes: O nascimento da Igreja.


Celebraremos neste domingo a grande festa do amor. Sim, Pentecostes é a festa da vida, do nascimento, do comprometimento, da doação, da igualdade, da renovação. Para entendermos essa grande solenidade, se faz necessário saber que a palavra pentecostes vem do grego: pentekostē/ penta: cinquenta. É uma das celebrações mais importantes do calendário cristão, e comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo. O Pentecostes é celebrado 50 dias depois do domingo de Páscoa. O dia de Pentecostes ocorre no décimo dia depois do dia da Ascensão de Jesus. A festa de Pentecostes é histórica e está simbolicamente ligada ao festival judaico da colheita, que comemora a entrega dos Dez mandamentos no Monte Sinai, cinquenta dias depois do Êxodo. Para nós cristãos, o Pentecostes celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e seguidores de Cristo, através do dom de línguas, como descrito no Novo Testamento, durante aquela celebração judaica do quinquagésimo dia em Jerusalém. Por esta razão o dia de Pentecostes é  considerado o dia do nascimento da Igreja. Como Igreja da Comunidade Metropolitana, celebramos essa verdade de fé, pois Jesus nos convida a proclamar esse grande projeto de amor do Pai a todas as pessoas. A liturgia nos convida a refletir o evangelho de João, no capítulo 20,19-23: Lá, lemos assim:



19-20 Mais tarde, no mesmo dia, os discípulos estavam reunidos, mas, com medo dos judeus, haviam trancado as portas da casa. De repente, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: 'Paz seja com vocês!'. E mostrou a eles suas mãos e seu lado. 
20-21 Vendo o Senhor com os próprios olhos, os discípulos ficaram exultantes. Jesus repetiu sua saudação: 'Paz seja com vocês! Assim como p pai me enviou, eu envio vocês.'
 22-23 Ele respirou fundo e soprou sobre eles: 'Recebam o Espírito Santo. Se vocês perdoarem os pecados de alguém, esses pecados serão perdoados para sempre. Se vocês não perdoarem os pecados, não serão perdoados."


Na narrativa de João, os discípulos estavam reunidos, mas com medo, pois estavam desorientados, inseguros,  por causa da morte de Jesus. É nesse momento que Jesus aparece e os saúda com a Paz. Mas que que paz é essa? Jesus na sua plenitude confirma com esse gesto a Paz que nasce no coração de Deus. Ele olha cada um e cada uma das pessoas ali reunidas, pois com certeza não tinha somente os discípulos. Penso que na casa havia todos os tipos de pessoas, aquelas que aceitaram a proposta salvadora de Cristo. Homem e mulheres que humanamente não serviriam para os paradigmas religiosos da época de Jesus. O ato de saudar é o mesmo ato que diariamente somos convidados a ouvir. É na comunidade e pela comunidade que essa relação de amor acontece. Mas Jesus não aparece no meio deles apenas para uma saudação. Sua presença ali é para confirmar o projeto de Deus na comunidade reunida: o projeto RADICAL do amor do Pai. Isso se confirma nas suas palavras: Assim como o Pai me enviou eu envio vocês. É nesse momento que a promessa de Jesus se cumpre sobre a comunidade ali presente: Recebam o Espírito Santo. Jesus anteriormente já havia prometido que não deixaria a comunidade desamparada e enviaria sobre ela o Consolador, o paráclito, o defensor, o amigo. Não podemos jamais esquecer que todo esse processo aconteceu dentro do tempo pascal, cinquenta dias depois da morte e ressurreição de Jesus. Claro que toda essa perspectiva é uma forma pedagógica de nos encontrarmos neste grande mistério de Deus. Entretanto, penso que seria muito importante a leitura do livro dos Atos dos Apóstolos, no capítulo 2, 1-11. Lá, lemos assim:



1-4 Quando chegou a festa de Pentecostes, todos estavam juntos num só lugar. Inesperadamente, um sopro parecido com o de um vento ganhou força e ninguém sabia de onde vinha. Todo o lugar foi tomado por aquele som. Em seguida, como um fogo que irrompe, o Espírito Santo se espalhou sobre eles e começaram a falar em diferentes línguas, à medida que o Espírito agia.
5-11 Por essa época, muitos judeus, peregrinos devotos do mundo inteiro, estavam em Jerusalém. Quando ouviram o som eles vieram averiguar. Para espanto deles, cada um ouvia sua própria língua materna sendo falada por alguém. Sem entender o que estava acontecendo, perguntaram-se: "Eles não são galileus? Como é que estão falando em tantas línguas diferentes?" Partos, medos e elamitas; visitantes da Mesopotâmia, Judeia e Capadócia, Ponto e Ásia, Frígia e Panfília, Egito e as partes da Líbia que pertencem a Cirene; imigrantes de Roma, tanto judeus quanto prosélitos, até mesmo cretenses e árabes! " Nós os ouvimos falando em nosso idioma, descrevendo atos poderosos de Deus!


Nossa missão como cristãos é comunicar a vida que nasce em Pentecostes. Para isso, somos convidados constantemente a testemunhar ao mundo esse projeto inclusivo do amor de Deus. O Espírito Santo é a nova Lei  que deve nos orientar, pois sob sua Luz, caminharemos no rumo certo. Como já disse anteriormente, é na comunidade que poderemos fazer acontecer a justiça, buscando unir todos e todas, comunicando o desejo primeiro do Pai: que homens e mulheres sejam um só povo, o povo do Senhor.

A comunidade reunida em torno de Jesus é uma comunidade viva, pois é animada pelo Espírito Santo e a cada dia se permite ser renovada pela ação poderosa do amor que nasce na relação trinitária entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Assim sendo, o sopro do Espírito de Deus faz com que as nossas limitações humanas não sejam empecilhos para a caminhada.
Busquemos sempre lembrar que Pentecostes é a grande oportunidade de construirmos um mundo melhor. É com o nascimento da Igreja que temos a grande deixa de Deus para anunciarmos o seu amor incondicional por cada um de nós. A única linguagem que deve permanecer entre nós é a linguagem do amor, da doação e da vida!

Vinde Espírito Santo! Amém!

Alexander Lucas Evangelista Salvador, liturgista ICM - SP




sábado, 19 de maio de 2012


Solenidade da Ascensão de Jesus Cristo

A liturgia nos propõe a leitura do Evangelho de Marcos 16, 15-20. Na Bíblia A Mensagem, lemos assim:

15-16 Depois disso, quando os onze estavam jantando, ele apareceu e os repreendeu severamente pela incredulidade, pois se recusavam a acreditar nos que o tinham visto ressuscitado. Então, ele ordenou: “Saiam pelo mundo. Vão a toda a parte e anunciem a Mensagem com as boas notícias de Deus para todos. Quem crer e for batizado está salvo, quem se recusar a crer está condenado.  
17-18 Estes são alguns dos sinais que acompanharão os que crerem: eles vão expulsar demônios em meu nome, falar em novas línguas, pegar em serpentes e até beber veneno sem que nada lhes aconteça; também vão impor as mãos sobre os enfermos e curá-los!   
19-20 Então, o Senhor Jesus depois de orientá-los, foi elevado ao céu e assentou-se ao lado de Deus no lugar da mais alta honra. Os discípulos saíram por toda a parte, pregando. O Senhor trabalhava com eles, confirmando a Mensagem com provas inquestionáveis.

Para nossa reflexão:


Quarenta dias depois da Páscoa, a Igreja celebra a festa da Ascensão de Jesus Cristo. Temos que levar em conta que a cronologia é só um meio pedagógico para situar os diversos momentos do mistério de Cristo.O mistério pascal, a paixão, a morte, a ressurreição, a ascensão e pentecostes é um só e indivisível mistério, que não pode ser separado no tempo.
    A Igreja o distribui em diferentes datas para melhor viver e celebrar.Esta festa tem dois grandes significados. Por um lado, celebrar que Jesus é realmente o Emanuel, o Deus conosco, para sempre. Deus que vive e caminha no meio de seu povo.O acontecimento da partida de Cristo Ressuscitado para o Pai, a entrada na sua Glória, inicia uma nova forma de presença de Jesus na história, no meio de nós. Ele parte, mas fica para sempre, cumprindo assim sua promessa: "Eu estarei com vocês todos os dias até os fins dos tempos".Por outro, a entrada de Jesus na glória definitiva de Deus, "sentou-se à direita de Deus", sinaliza a meta de sua encarnação, a plenitude de sua filiação. A partir desse momento, (se podemos usar esta categoria) a humanidade se faz presente no seio da Trindade.Pela encarnação de Jesus, Deus atinge as entranhas da humanidade. E pela sua morte e ressurreição é a humanidade que entra para sempre na vida de Deus.
   Dessa maneira dirigir nosso olhar para Jesus no céu é considerar como sentido último de nossa vida cristã a participação total na vida de Deus.O Evangelho de João diz claramente: "Se alguém quer servir a mim, que me siga. E onde eu estiver, aí também estará o meu servo. Se alguém serve a mim, o Pai o honrará" (Jo 12,26).Mas participar da vida divina não é só para depois da morte, é para viver aqui e agora! Seguindo o apóstolo Paulo: "Na pessoa de Jesus Cristo, Deus nos ressuscitou e nos fez sentar nos céu" (Ef2,6).Tinhas pensado alguma vez o que significa celebrar a ascensão de Jesus?
   Agora bem, este presente que Deus nos dá para viver, aqui na terra como primícias e depois em plenitude, não deixa os cristãos ou cristãs no ar.Muito pelo contrário! Deixemos que o Evangelho de hoje nos ensine: "Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a humanidade. Quem acreditar e for batizado, será salvo".O Ressuscitado coloca a sua comunidade em movimento: Vão! Não fiquem parados, não tenham medo, não guardem a sua vida, ao contrário, dediquem-na a ir ao encontro dos homens e das mulheres, crianças e jovens, de todas as cores e raças para comunicar-lhes a vida nova que têm direito de conhecer e viver!Inicia-se, assim, o tempo da Igreja, que deve sempre deixar-se animar por esta força dinâmica e inquieta que é a nova presença do Ressuscitado, de seu Espírito, autorizando aos seus seguidores e seguidoras a fazer o mesmo que ele fazia.
      No início do evangelho de Marcos, Jesus se apresenta anunciando o Evangelho (1,14), a centralidade da missão dele foi comunicar com sua vida e palavra, a Boa Nova do mundo novo inaugurado por ele. Esta será, então, a grande tarefa da comunidade cristã: anunciar a Boa Notícia, Jesus Cristo morto e ressuscitado! (At 2,22-24.32-35).É esse anúncio que acorda a fé e faz possível que o indivíduo se vincule à pessoa e à proposta de vida de Jesus e comece a participar de sua vida e a ser parte de sua comunidade.Paremos um instante para agradecer a Deus por aquelas pessoas que nos anunciaram a Jesus.O evangelista nos apresenta uma comunidade "poderosa". Na verdade, ela participa do mesmo "poder" de Jesus seguindo seus passos. Poder que liberta das diferentes mentalidades que escravizam a humanidade, poder que a faz vencer as dificuldades que surgem na sua missão, poder que a coloca ao lado dos pequenos e sofredores para curá-los.Do mesmo modo que a primeira comunidade, nós somos hoje convocados para sair e pregar por toda parte a boa notícia que recebemos e vivemos. Que pela nossa vida e palavra muitos outros queiram conhecer Aquele que nos move a viver de um jeito diferente, a viver como Jesus viveu!
  Tenhamos coragem! Assim como a comunidade do evangelista Marcos experimentou a ajuda de Jesus na sua missão, também nós a experimentaremos na medida em que nos entreguemos a ela.Refletindo sobre este evangelho, podemos responder à pergunta: qual é o significado, o fim último de nossa vida?

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Convite




             Materiais usados no Rito da Ceia.


A Igreja da Comunidade Metropolitana tem os mais variados ritos dominicais e semanais. Cada comunidade tem a liberdade de escolher a forma celebrar, porque em cada lugar, as características e realidades são diferentes. Entretanto, é o mesmo Senhor e Mestre que nos convida a partilhar a palavra, comungar o pão e dividir o cálice. É nessa diversidade de ritos que está a nossa unidade cristã.No site da ICM Brasil temos um artigo que fala sobre o culto na ICM, lá lemos assim:


 O culto cristão atribui, com alegria, todo louvor, honra, glória e poder ao Deus trino. Como cristãos, cultuamos Deus Pai por intermédio de Deus Filho, mediante a atuação de Deus Espírito Santo. É esse o enfoque do culto cristão que o torna diferente do de qualquer outro das religiões do mundo (islamismo, judaísmo, budismo, etc).Mas o culto especificamente cristão não segue um só modelo. A história da igreja demonstra que várias formas de culto têm surgido ao longo dos tempos: uma diferente das outras; umas que mexem mais com a cabeça, outras, com o coração. Temos a riqueza do culto anglicano e a singeleza da liturgia reformada tradicional. Temos a Avivada assembleia pentecostal e o silêncio da reunião tradicional – ambas destacando, de um modo contrastante, sua doutrina do Espírito Santo. Tanto umas quanto outras são legítimas formas de adoração.A história da igreja também demonstra que o culto cristão sempre recebeu influência da sociedade em sua volta. Na Igreja da Comunidade Metropolitana temos toda essa diversidade de expressões que são manifestações legitimas de adoração local.”


Os matérias e objetos usados na hora do rito da santa ceia, devem ser olhados  com muito carinho.Isso se deve ao fato de que somos responsáveis pelo manuseio e manutenção de cada um deles. 
As pessoas que servem ao altar podem ser chamadas de acólitos ou acólitas. Essa função também pode e deve ser feita pelos diáconos e diaconisas. Não devemos esquecer que o ato de arrumar o altar é acima de tudo, SERVIÇO.


 Itens que compõem o altar na hora do rito da ceia:



Ø  Cálice: Vem da  palavra latina cálix, designa um vaso em forma de taça para beber. Pode ser de diversos materiais: metal, vidro ou de cerâmica. É onde se coloca o vinho a ser consagrado em sangue de Cristo.


Ø  Patena: É uma bandeja ou um pratinho pouco profundo, ligeiramente côncavo. Pode ser de diversos materiais: metal, vidro ou de cerâmica. É onde se coloca a partícula (pão) a ser consagrado em Corpo de Cristo.



Ø  Corporal: É uma toalhinha quadrada que é dobrada em 6 partes, sendo entendida por inteiro sobre o altar desde a hora do ofertório até o fim da comunhão. Nela colocamos o cálice e a patena. Sua função é muito importante, pois nenhum pedacinho da partícula deve cair fora dele na hora da consagração.


Ø  Sanguíneo: Pequeno pano (com três dobras) que se sobrepõe ao cálice e que se usa para a limpeza do cálice depois da ceia.




Ø  Manustérgio: Vem da palavra latina Manus que quer dizer mão. Uma toalha usada para enxugar as mãos do dirigente que presidir a mesa do culto antes que o mesmo toque a partícula para a oração de gratidão/consagração.


Ø  Pala: Um quadrado de cartolina revestido de tecido branco e serve para cobrir o cálice para não cair impurezas (poeira ou bichinhos) durante o  culto.




Ø  Galhetas: São duas jarrinhas de vidro que ficam sobre o altar. Numa vai a água e na outra o vinho.



Ø  JARRO e BACIA: Formam o conjunto usado para o ato de lavar as mãos, na hora do ofertório, expressando o desejo de purificação interior, de quem preside a mesa do altar.


Ø  Credência: É uma espécie de pequena mesa colocada discretamente ao lado da mesa do altar para apoiar os objetos necessários para o culto: o cálice, a patena, as galhetas, etc. É bom que sua altura seja inferior à do altar. A credência pode ser colocada encostada na parede lateral do presbitério ou como um console na parede, fazer parte da própria parede. A credência pode ser fixa ou móvel. O material usado deve ser simples e estar em harmonia com as demais peças do presbitério. Cada item acima tem sua função na hora do rito da ceia. Vou elencar passo a passo a forma mas simples de proceder esse momento. Na ICM SP fazemos assim:


Enquanto a comunidade canta o hino do ofertório e deposita seus dízimos e ofertas os acólitos e acolitas servem o altar assim: 

1) Abre-se o corporal no centro do altar.
2) Depois, coloca-se sobre o corporal o cálice. Em seguida, usando as galhetas, despeje cuidadosamente o vinho, acrescentando-se uma gotinha de água. Tampe o cálice com a pala, para evitar que impurezas ou inseto caiam dentro dele.
3) Ainda sobre o corporal, coloque a patena com as partículas a serem consagradas.
4) Nesse momento,lava-se lavar as mãos do presidente da mesa do altar. Ele pode ser feito por uma pessoa, mas sugiro que seja duas. 
Aproximando-se do presidente da mesa, um segura a jarra e o outro, a bacia e a toalha. 
Despeje a água sobre as mãos dele e em seguida, dê a ele a tolha para que seque as mãos. Depois devolva a bacia, a jarra e a toalha sobre a credência. Realizado todo esse processo, a mesa do altar está pronta para o rito da ceia.


OBS:
Uma coisa muito importante é o depois da ceia. Quero aqui chamar a atenção de todos e todas que fazem parte desse ministério, para o zelo e cuidado com a limpeza do cálice e a patena.Ao término da comunhão, sugiro que sobre a credência já tenha um outro corporal aberto. Na falta da credência, use o corporal que já está aberto sobre o altar.Vale salientar que não fica legal limparmos o cálice e a patena sobre o altar. Que esse ato seja feito na credência, deixando o altar limpo para a finalização do culto.




Passo a passo de como se limpar os materiais usados na ceia: 

1) Se sobrar partículas, consuma cada uma, molhando-as no cálice, com calma, pois se enchermos a boca de partículas, podemos até engasgar e isso não seria legal. Convide um ou mais irmãos, caso sobre muitas partículas. Não podemos esquecer que isso deve ser feito na credência, com muito respeito e calma.2) Consumidas as partículas, use o sanguíneo e limpe primeiro a patena, com calma, empurrando com o sanguíneo os pedacinhos de partículas dentro do cálice. Não deixe “farelos” na patena. Nesses pedacinhos também estão a presença de Jesus.3) Depois, despeje a água da galheta dentro do cálice, fazendo movimentos de círculos, para que a água limpe toda a parte de dentro do cálice. Em seguida, beba a água do cálice.4) Nesse momento, use o sanguíneo e enxugue bem o cálice.5) Depois do culto, lave as galhetas, guarde o cálice, a patena e a pala em locar seco. Já o corporal e o sanguíneo devem ser usado somente uma vez e lavados semanalmente.6) Fica a dica na hora da lavagem das alfaias: compre uma bacia para a lavagem das alfaias, deixe sempre de molho o sanguíneo, pois ele sempre suja com vinho. A água dessa lavagem não deve ser jogado no tanque. Jogue na terra ou vaso de flor, pois nesta água também tem fragmentos da hóstia e do vinho que você comungou! Fica a dica!

 Nota: Alfaias são os panos que usamos: sanguíneo, toalha do altar, pano que envolve a cartolina ou papelão que confeccionamos a pala e o Manustérgio/toalha.  
 Qualquer dúvida, mande um e-mail para nós: liturgiaicmsp@gmail.com

Alexander Lucas Evangelista Salador.


domingo, 6 de maio de 2012

5º Domingo da Páscoa

Hoje a liturgia nos propõe a leitura do Evangelho segundo João, 15, 1-8. Lemos assim na bíblia A Mensagem:


1-3 Eu sou a Videira Verdadeira e meu Pai é o agricultor. Ele retira de mim todo ramo que não produz uvas. Já o que produz ele poda para que produza ainda mais. “Vocês já estão podados pela mensagem que comuniquei”.

4 Vivam em mim. Venham morar em mim, como eu moro em vocês. Assim como o ramo não pode produzir uvas por si mesmo, mas apenas se estiver unidos à videira, vocês não podem produzir frutos se não estiverem unidos a mim.
5-8 Eu sou a videira, vocês são os ramos. Quando vocês estiverem unidos a mim e eu a vocês, num relacionamento íntimo e orgânico, não imaginam que colheita terão. Separados, vocês nada podem produzir. Qualquer um que se separa de mim é um ramo morto, que é apanhado e jogado na fogueira. Mas, se vocês estão em mim e minhas palavras estão em vocês, estejam certos de que suas petições serão atendidas. É desta maneira que meu Pai demonstra que ele é: quando vocês produzem frutos, quando demonstram maturidade como meus discípulos.


Para nossa reflexão:

Jesus vai usar de metáfora para comunicar aos seus discípulos a importância de sermos uma comunidade viva e unida pelo amor. Para isso, ele vai dizer: " Eu sou a Videira Verdadeira e meu Pai é o agricultor". Usando dessa simbologia, a videira como qualquer outra árvore, tem em sua estrutura a raiz, o caule e dele, os ramos, os galhos, compondo assim, uma árvore frondosa. 
Para tanto, se o galho deixar a árvore, o que vai acontecer com ele? A resposta é simples: o galho vai secar e morrer. Acredito que o núcleo central da mensagem de hoje está na necessidade de cada cristão permanecer em Jesus. Ao lermos o evangelho, podemos perceber que Jesus nos chama a viver nele, morar nele, unir-se a ele, estar nele. Tudo isso comunica o desejo de Cristo e a urgente necessidade de estarmos nele. Entretanto, Jesus não quer que apenas estejamos ligados a ele. Seu desejo é que cada pessoa, estando ligada a ele, seja um ramo viçoso, bonito, produtivo. E como isso vai se dar? É estando em comunidade!
Acredito que não podemos produzir frutos sozinhos. A comunidade é a oportunidade que recebemos de Deus para sermos frutificadores de sua mensagem. Não basta apenas estarmos inseridos em uma comunidade de fé. É preciso sentir-se parte dela, nos seus acontecimentos e nos seus projetos. Isso vai acontecer a partir do momento em que cada cristão assume radicalmente sua posição na sociedade e nos valores que acredita. Não basta estar, tem que permanecer!
Voltando mais uma vez na figura da videira: toda árvore necessita de uma pode em determinado momento de sua vida. Para isso, o agricultor usa de materiais cortantes para efetuar o corte. Essa ação se faz necessária, ao ponto que a árvore precisa de novos galhos para produzir com mais força, dando frutos mais saborosos e bonitos. Assim também vai acontecer na comunidade cristã. Muitas vezes Deus permite que sejamos "podados" para que produzamos mais frutos. Essa poda vai se dar de modo direto na maneira que pensamos, na forma em que vemos certos assuntos, na nossa prática cristã como um todo. Cada vez que ouvimos a palavra de Deus e ela vai mexer com a forma em que pensamos, é Deus podando um galho em nós que já não produz mais frutos. 
Peçamos a graça do Senhor no dia de hoje, a fim de que ele pode em nós tudo aquilo que não produz vida, que está seco dentro do nosso coração! Não vamos esquecer que sozinhos nada podemos fazer ou ser. Que a nossa vida para ser VIDA, deve estar ligada a Jesus, pois necessitamos da seiva da VIDA, que só Jesus Cristo pode nos dar. Que possamos perceber em nossa comunidade as verdades anunciadas em cada partilha do pão, em cada mensagem que Deus comunica a nós através dos nossos irmãos quando sobem ao altar. É na comunidade e pela COMUNIDADE que podemos permanecer em Jesus, assim como o Pai permaneceu nele.
Sejamos lindas videiras, laranjeiras, bananeiras, abacateiros, limoeiros, etc; mas unidos em Cristo!

Deus abençoe a todos e todas!

Alexander Lucas Evangelista Salvador